Nas ruas de São Paulo, a população pode conferir de perto os ônibus
abastecidos com o biodiesel derivado da cana-de-açúcar. Desde julho,
com o apoio da Prefeitura de São Paulo e a parceria da Mercedes-Benz e
Petrobras, a produtora americana do biocombustível Amyris
Biotechnologies iniciou um projeto piloto no qual três ônibus do
transporte urbano público serão abastecidos com 5% do biodiesel de
cana-de-açúcar enquanto outros três serão abastecidos unicamente com o
novo biocombustível.
A novidade desta tecnologia é que, além de ser um combustível puro
e livre de enxofre – o grande problema do diesel -, ele não entra no
debate do uso de grãos comestíveis como matéria-prima de combustíveis.
“Há uma pressão enorme sobre a indústria por causa do biodiesel. Cerca
de 80% do vendido no país é feito da soja”, explica o membro do comitê
técnico de tecnologia a diesel da Sociedade de Engenheiros da
Mobilidade (SAE Brasil), Christian Wahnfired.
Por esse motivo, o diesel de cana-de-açúcar foi aprovado pelos
organismos reguladores dos Estados Unidos, que o consideraram o
biocombustível menos poluente e que não atenta contra a produção de
alimentos. O engenheiro explica que o novo biodiesel é produzido com a
ajuda de uma bactéria especial, que transforma o caldo de cana em óleo
(veja infográfico acima). Segundo Wahnfired, apenas quem produz tal
levedura pode fabricá-lo.
O maior desafio da nova tecnologia é a escala de produção, já que
ainda é mais cara do que a do biodiesel feito a partir de sementes. Em
Campinas, a empresa de biotecnologia produz de 5 mil a 6 mil litros por
mês do biodiesel de cana para o projeto piloto. A escala industrial
deve ser atingida entre 2011 e 2012. Para isso, a Amyris espera se unir
a grandes produtores locais de etanol, como a Cosan, Bunge e Açúcar
Guarani. “Demanda o Brasil tem. O país consome 45 bilhões de litros de
diesel por ano”, ressalta Wahnfired.
Mas a evolução continua. Nos próximos anos, os cultivos de
pinhão-manso, palma, entre outras plantas que produzem óleos vegetais,
já estarão em fase madura para o início da produção de novos
biocombustíveis.
Fonte: Auto Esporte.com
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