terça-feira, 21 de setembro de 2010

Biodisel de cana-de-açucar em ônibus paulista

Nas ruas de São Paulo, a população pode conferir de perto os ônibus abastecidos com o biodiesel derivado da cana-de-açúcar. Desde julho, com o apoio da Prefeitura de São Paulo e a parceria da Mercedes-Benz e Petrobras, a produtora americana do biocombustível Amyris Biotechnologies iniciou um projeto piloto no qual três ônibus do transporte urbano público serão abastecidos com 5% do biodiesel de cana-de-açúcar enquanto outros três serão abastecidos unicamente com o novo biocombustível.


 A novidade desta tecnologia é que, além de ser um combustível puro e livre de enxofre – o grande problema do diesel -, ele não entra no debate do uso de grãos comestíveis como matéria-prima de combustíveis. “Há uma pressão enorme sobre a indústria por causa do biodiesel. Cerca de 80% do vendido no país é feito da soja”, explica o membro do comitê técnico de tecnologia a diesel da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Christian Wahnfired.

Por esse motivo, o diesel de cana-de-açúcar foi aprovado pelos organismos reguladores dos Estados Unidos, que o consideraram o biocombustível menos poluente e que não atenta contra a produção de alimentos. O engenheiro explica que o novo biodiesel é produzido com a ajuda de uma bactéria especial, que transforma o caldo de cana em óleo (veja infográfico acima). Segundo Wahnfired, apenas quem produz tal levedura pode fabricá-lo.

O maior desafio da nova tecnologia é a escala de produção, já que ainda é mais cara do que a do biodiesel feito a partir de sementes. Em Campinas, a empresa de biotecnologia produz de 5 mil a 6 mil litros por mês do biodiesel de cana para o projeto piloto. A escala industrial deve ser atingida entre 2011 e 2012. Para isso, a Amyris espera se unir a grandes produtores locais de etanol, como a Cosan, Bunge e Açúcar Guarani. “Demanda o Brasil tem. O país consome 45 bilhões de litros de diesel por ano”, ressalta Wahnfired.

Mas a evolução continua. Nos próximos anos, os cultivos de pinhão-manso, palma, entre outras plantas que produzem óleos vegetais, já estarão em fase madura para o início da produção de novos biocombustíveis.

Fonte: Auto Esporte.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário